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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Revisando a Teoria Sociológica


Resenha

Revisando a Teoria Sociológica

Artigo: OFFE, Claus. Trabalho: A Categoria Chave da Sociologia. Publicado em inglês, em Dizorganized Capitalism: Contemporary transformations of work and politics. Oxford, Basil Blackwell. 1986.
Traduzido do inglês por Lúcia Hippolito.

            O artigo é dividido em cinco temas, onde o autor defende suas idéias sobre a teoria sociológica, tomando como base os princípios teóricos de Marx, Weber e Drukheim e onde defende o trabalho como fator chave para a criação desta teoria, mas sugere que se faça uma revisão da mesma. É um artigo desenvolvido em 16 páginas e embasado em uma vasta bibliografia.
            No primeiro tema, o autor fala que o trabalho constitue o fato fundamental para a sociologia, pois constrói a sociedade moderna e sua dinâmica como sociedade do trabalho e que, a finalidade da teoria sociológica é o exame dos princípios que moldam a estrutura da sociedade, programam sua integração e seus conflitos e regulam seu desenvolvimento objetivo, sua autoimagem e seu futuro. Fala também que o trabalho livre, desvinculado dos laços feudais, regulado pelo mercado e não mais orientado para o uso concreto, mas dirigido pela tortura da fome, da coação estrutural, é a matéria prima das construções teóricas dos clássicos da sociologia. E ainda sobre a proletarização da força de trabalho e a degradação moral da ganância.
            O segundo tema se refere ao declínio do modelo de pesquisa social centrado no trabalho e afirma que, enquanto estudos sociológicos que foram elaborados na Alemanha Ocidental, na década de 50, sobre a indústria e o trabalho, ainda enfatizavam a situação industrial dos trabalhadores, esperando que isso pudesse indicar o futuro desenvolvimento da organização do trabalho e da orientação sócio-política dos trabalhadores, em inúmeros estudos contemporâneos, esta situação aparece mais como uma variável dependente da “humanização” do trabalho, iniciada pelo Estado e pelas políticas sociais trabalhistas.
            O terceiro tema, enfatiza as subdivisões na esfera do trabalho, onde o fato de uma pessoa “trabalhar”, no sentido formal de estar “empregada”, tem sido aplicado a um segmento sempre crescente da polpulação. O autor descreve este como um fato que tem cada vez menor relevância para o conteúdo da atividade social, a percepção de interesses, o estilo de vida, etc.. E que descobrir que alguém é um “empregado” é muito pouco surpreendente, uma vez que a espanção relativa do trabalho assalariado coincide com a sua diferenciação interna e esta não pode mais ser compreendida pelo conceito tradicional da divisão de trabalho, pois abrange a distinção entre aqueles que estão submetidos à divisão de trabalho e aqueles que não estão.
            Quando fala sobre o declínio da ética do trabalho, o autor diz que a descentralização do trabalho com relação a outras esferas da vida e seu confinamento nas margens das biografias, são confirmados por muitos diagnósticos contemporâneos e cita que Dehrendorf (1980,p 756) descreve o fim de uma era na qual o trabalho constituía o poder irradiador da vida, aglutinando todos os aspectos de sua constituição social.
            Por fim, o autor sugere uma revisão da teoria sociológica da estrutura e do conflito e diz que, se a consciência social não deve mais ser constituida como consciência de classe; se a cultura cognitiva não está mais relacionada primeiramente com o desenvolvimento das forças produtivas; se o sistema político deixou de se preocupar, em primeiro lugar, com a garantia das relações de produção e a administração dos conflitos distributivos em termos das categorias de escassez e produção, então existe claramente a necessidade de um sistema conceitual que possa ajudar a mapear estas regiões da realidade social não determinada completamente pelas esferas do trabalho e da produção.
            O que o autor defende é uma complementação à teoria sociológica, para que esta desprenda-se do conservadorismo alimentado por um foco inerte, voltado para o que ficou para tras, pois a realidade social vai-se inovando a cada tempo e necessita ser analizada pelos novos ângulos que vão surgindo a medida que a mesma vai-se moldando e remoldando. Pois, equiparar o desenvolvimento das forças produtivas com a emancipação humana, tornou-se um parâmetro altamente enganoso e este parâmetro precisa ser reavaliado.
            É um texto que merece atenção de quem quer ver o mundo de forma atualizada, pois alerta o leitor para uma teoria sociológica influenciada pelos fenômenos de um mundo globalizado, que tem o poder de moldar as estruturas sociológicas e criar a necessidade de reavaliação de tais teorias.

Professor Claus Offe (nascido em 1940 em Berlim) é um dos líderes do mundo político sociológico de orientação marxista.

Taciana Vieira Maciel
Acadêmica do curso de administração de empresas da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR Virtual).

Referências

DAHRENDORF, R. (1980). “Im Entschwinden der Arbeitsgesellschaft: Wandlungen der sozialen Konstruktion des Menschlichen Lebens”. Mercur, n.o.34/749-60

DRUKHEIM, E. (1960). The Divisionof Labour in Society. Nova York.

WEBER, Max. (1958). The ProtestantEthic end the Spirit of Capitalism. Nova York.

Bibliografia

CANCIAN, Renato. A Divisão do Trabalho Social. Publicado em: http://educacao.uol.com.br/sociologia/durkheim1.jhtm Acessado em: 06 out. 2009.

SILVA, Ana Maria A. Sociologia. Administração VI. Pearson. São Paulo. 2009.

SOUZA, Rainer. Evolucionismo. Publicado em: http://www.brasilescola.com/historiag/evolucionismo.htm Acessado em: 06 out. 2009.

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