Apresentação
O texto a seguir, será analisado e interpretado através da visão da ética e da moral, com o objetivo de desenvolver a capacidade de aprimoração destes conceitos.
Caso: “Bronzeado Saudável”
Anos atrás, o óleo para bebês fabricado pela J&J era um produto de sucesso e também amplamente utilizado por adultos e crianças para brozeamento de pele sob o efeito da luz solar. Naquela época, havia pouca consciência dos efeitos potencialmente prejudiciais desse hábito.
O jovem Carl Spalding, promovido a gerente do produto na J&J, foi à sua primeira apresentação no Comitê Executivo, cheio de animação e confiança. “Ele tinha o que julgava ser um novo conjunto de ideias para promover o produto, associadas ao conceito de ‘brozeado saudável’. Mas, logo no início da apresentação, o presidente David Clare interrompeu Spalding, motivado por uma conversa com um amigo médico em que este mencionara suspeitas sobre eventuais efeitos prejudiciais do bronzeado, a longo prazo:
- O que você quer dizer com bronzeado saudável?
Pego de surpresa, Spalding disse que nunca ouvira falar de problema de saúde nessa área. Foi-lhe então sugerido que pesquisasse a questão antes de prosseguir com a campanha.
A pesquisa concluiu que a prova de que o óleo era prejudicial não era conclusiva: por outro lado, o produto já era um clássico da J&J, com faturamento de US$ 10 milhões anuais.
O código de ética da J&J dizia: “Cremos que a nossa primeira responsabilidade é para com os médicos, enfermeiras e pacientes, para com as mães e os pais e com todos os que utilizam nossos produtos e serviços. Para atender as suas necessidade, tudo o que fazemos deve ser da mais alta qualidade....”
Diante do dilema assim posto, Spalding resolveu propor ao cometê que se suspendesse de imediato a promoção do produto para bronzeamento, o que aprovado. As vendas caíram US$ 5 milhões anuais, e mais tarde foi até suspensa a comercialização do produto.
Analise o caso e responda as questões:
1) Foi ética a decisão da J&J? Justifique sua resposta.
R) Sim. Foi ética porque foi responsável. A empresa preferiu arcar com o prejuíso financeiro ao invés de continuar vendendo um produto “supostamente” prejudicial aos seus clientes. O que acarretaria maiores prejuísos, pois se estenderia além da empresa, para toda população.
2) Que valores éticos foram considerados na decisão?
R) Valorizou-se o respeito ao consumidor e a responsabilidade com o comprometimento da empresa, que é fazer produtos da mais alta qualidade.
3) Discorra sobre a relação existente entre lucro e ética.
R) O lucro promovido a qualquer custo “atropelando” os valores éticos, é um procedimento imoral, pois coloca o capitalismo acima do bem estar e muitas vezes, acima da sobrevivência dos seres humanos, porém, o bem estar de todos, deverá ser primordial para uma empresa que se preocupa com estes princípios.
4) Na administração de empresas, muitas vezes, é preciso sair da ‘zona de conforto’ e ousar nas estratégias de negócios. Essa atitude pode ser comparada àquele prisioneiro que estando preso na ‘caverna’-1 ousou sair e romper com o senso comum ou o conforto da realidade construída.
Descreva uma situação de ousadia nos negócios, sem no entanto,ferir a ética.
R) Ouzar nos negócios sem ferir a ética, compara-se a “trazer a luz para dentro da caverna”, iluminando a consciência de quem se encontra lá dentro. Ou seja, um projeto ouzado nos negócios deve “envolver” todos os colaboradores da empresa. A comunicação, o esclarecimento da situação seria a “luz” trazida para dentro da “caverna”, provocando um engajamento na construção desse novo projeto, que deverá ter como objetivo, não só o desenvolvimento da empresa, mas um bem comum a todos os que estão dentro e fora delas.
Conclusão
A J&J poderia ter-se autodestruido se continuasse vendendo um produto prejudicial aos usuários, pois a falta de ética neste caso, ao começar a fazer efeitos negativos nas pessoas, inevitavelmente abalaria a credibilidade de todos os seus produtos, principlmente por serem destinados a área da saúde.
Portanto a atitude da empresa foi ética e inteligente.
Nota: -1 O prisioneiro da caverna refere-se ao ‘Mito da Caverna’. (SOCRATES)
Referência
SOCRATES. O Mito da Caverna. In: FERREIRA, João Vicente Hadich. Filosofia e ética. Administração VI. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 145 – 148.
Bibliografia
FERREIRA, João Vicente Hadich. Filosofia e ética. Administração VI. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 182 p.
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